Superando Obstáculos

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1893

“Também vimos ali gigantes, filhos de Anaque, descendentes dos gigantes; e éramos aos nossos olhos como gafanhotos, e assim também éramos aos seus olhos.” (Nm. 13:33)

Quando os israelitas viram os povos da terra, muito bem armados e treinados para a guerra – gigante era uma figura de linguagem semita para poderosos guerreiros – refletiu sobre a situação e viu nela uma barreira intransponível. Seria impossível vencê-los.

Mas, será que era mesmo assim? Afinal, o povo tinha acabado de sair do Egito, e tinha testemunhado o Senhor derrotar o povo mais poderoso da face da terra! E os povos cananeus eram servos de faraó do Egito.

Sou da opinião de que a frase do povo era, na realidade, um pretexto. Talvez até um pretexto inconsciente. Porque não foi a única vez que ele fez isso, mas diante de cada adversidade, sempre vinha à tona o assunto de voltar para o Egito.

Até o sabor do maná era motivo de dizer coisas como: “Lembramo-nos dos peixes que no Egito comíamos de graça; e dos pepinos, e dos melões, e dos alhos porós, e das cebolas, e dos alhos.” (Nm. 11:5)

A realidade, portanto, era muito clara: Por mais que fossem escravos no Egito, estavam numa terra onde o cultivo, o sustento e as delícias eram de fácil acesso, pois o delta do Nilo é uma das regiões mais férteis do mundo.

O semi-árido da terra de Canaã significava ter que trabalhar bastante, armazenar alimento, depender do favor do Senhor, preparar-se para enfrentar períodos de seca, etc. E, tudo isso, depois de reconquistar seu território e reconstruir suas vidas.

Por mais que a terra manasse leite e mel, demandava muito esforço. E talvez o povo de Israel, naquela geração, tivesse medo de não conseguir. E, em virtude disso, se escondeu atrás de cada pretexto que fosse encontrar.

Muitas vezes, podemos nos auto-sabotar da mesma forma que Israel fez. Olhamos para dados obstáculos – os nossos “gigantes” – e pensamos: Nunca vou conseguir superar isso.

Mas, a verdade está atrás dos obstáculos, ocultada por eles: São nossos próprios medos, e não os obstáculos, que muitas vezes nos impedem de alcançar as bênçãos que o Senhor tem reservado para nós.

Medo de falhar, medo de escolher o caminho errado, medo de… viver! Mas, de que adianta ter tanto medo e permanecer no deserto espiritual, praticamente mortos, esperando apenas a vida passar?

Josué e Calebe – os dois espias que trouxeram relato positivo – certamente também tinham seus medos. A diferença é que, pela fé, encararam seus medos e lutaram para conquistar aquilo que o Senhor lhes daria por herança.

Na maioria das vezes, nossos maiores obstáculos somos nós mesmos. Que possamos ser como eles: Deixar de nos esconder atrás dos obstáculos e seguir adiante!