“E disse Saul: De Amaleque as trouxeram; porque o povo poupou ao melhor das ovelhas, e das vacas, para as oferecer ao ETERNO teu Senhor; o resto, porém, temos destruído totalmente.” (1 Samuel 15:15)
Imagine-se olhando para o rei Saul após a grande vitória de Israel sobre um de seus principais inimigos. O povo estava feliz e orgulhoso, e o rei fala sobre tomarem tudo do bom e do melhor para oferecer ao Senhor.
Muito provavelmente a maioria de nós olharia para o rei Saul e diria que ele era uma pessoa justa e com grande amor pelo Criador. Mas as aparências enganam.
Existem dois tipos de pessoa com quem você se depara diariamente: Aquelas que tentam ser justas, e aquelas que tentam se justificar. O rei Saul se insere na segunda categoria.
Saul não via as palavras do Eterno como sendo uma oportunidade de servi-Lo, mas sim de se servir. Ele pensava primeiro no que desejava, para depois tentar se justificar.
Saul queria se dar bem. A partir daí, procurou a desculpa necessária para se sentir bem consigo mesmo. Mas, isso não é ser justo. É procurar se justificar.
Recordo-me de quando vi um líder religioso que se envolveu num caso extraconjugal. Ao ser confrontado, passou a tentar se justificar com base no fato da Bíblia não proibir poligamia.
Independente da questão da poligamia ser certa ou errada – o que será tema de outro artigo futuro – a atitude daquele líder foi errada.
Ele não procurou a Bíblia para saber o que fazer. Ele queria fazer, e procurou a Bíblia para se justificar. E a Bíblia é grande o suficiente para que se justifique qualquer coisa. Basta ser bom na argumentação.
Essa é, contudo, a diferença entre o justo e o que se justifica. Mas é quase impossível ao ser humano discernir isso acerca de outra pessoa. Porque a diferença não está na aparência, nem na prática, mas sim no propósito. É uma questão de onde o coração está.
Ironicamente, se você é justo isso não importa! Porque o justo não lê a Bíblia pra julgar o outro, mas sim para ser uma pessoa melhor e mais conectada ao Criador.
Aquele que lê a Bíblia para avaliar o outro está na segunda categoria, pois para ele é importante se justificar rebaixando aqueles que estão à sua volta.
Isso, portanto, deve ser uma questão de foro íntimo: Como estamos agindo? Como é nossa abordagem ao ler a Bíblia? E o que podemos fazer para nos alinhar ao Criador.
O justo saberá fazer as mudanças necessárias.