“Esta é a minha aliança, que guardareis entre mim e vós, e a tua descendência depois de ti: Que todo o homem entre vós será circuncidado. E circuncidareis a carne do vosso prepúcio; e isto será por sinal da aliança entre mim e vós.” (Gênesis 17:10,11)
Para a cultura em que Abraão vivia, a circuncisão era um compromisso importantíssimo. Ela significava separar a sua descendência para um determinado propósito. Geralmente, para servir uma divindade.
A descendência de Abraão seria separada para o propósito de servir somente o Criador, dedicando-se exclusivamente a Ele.
Porém, para isso, Abraão teria que fazer algo que nem todos os homens teriam coragem de fazer: Circuncidar a si próprio, já em idade adulta. Sem anestesia e com suas próprias mãos! Será que você teria coragem de fazer isso?
Antes disso, o Senhor já havia pedido a Abraão algo muito maior: “Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei.” (Gênesis 12:1b)
O Senhor pediu Abraão para sair da casa de sua família, do lugar onde conhecia, aos 75 anos. E disse que mostraria para onde o conduziria, levando-o a uma terra semi-árida.
Você consegue imaginar ouvir do Senhor: Largue tudo que você tem, emprego, família, etc. e vá recomeçar no meio do sertão nordestino, sozinho, só com as pessoas que moram com você?
E aqui começamos a perceber o que representava a fé de Abraão.
A maioria das pessoas pensa em fé como uma espécie de moeda espiritual. Se eu tiver fé suficiente, orarei e serei curado de uma gripe. Se minha fé for um pouco maior, quem sabe conseguirei um iPhone ou um emprego bacana?
Parecem ver as bênçãos como uma revista de catálogo e a fé como um programa de pontos, que permite essa ou aquela recompensa. Nada mais diferente da fé de Abraão!
A fé de Abraão não foi desenvolvida para que ele recebesse promessas. Embora o Senhor as tivesse, de fato prometido. Lembre-se: Abraão tinha uma vida relativamente boa.
A fé de Abraão foi desenvolvida para que ele encontrasse forças para obedecer.
É fácil servir o Senhor quando isso não vai contra os nossos interesses pessoais. É fácil doar recursos, quando temos em abundância. É fácil ser amável, quando o vizinho é educado. É fácil ser honesto, quando não estamos no aperto. É fácil amar o próximo, quando o próximo nos ama de volta.
Mas, muitas vezes, o Senhor nos pedirá coisas difíceis. E aí entra a fé.
A fé de Abraão o ajudava a ver três coisas: Primeiro, a saber que o Senhor estava no comando de todas as coisas. Acontecesse o que acontecesse, o Senhor iria prover o que fosse necessário. (ex: Gn. 22:8)
Segundo, para confiar que os caminhos do Senhor são melhores do que os nossos (Pv. 10:29). Ele é mais sábio, mais misericordioso, mais bondoso e mais justo do que nós.
Mas, o mais importante é o terceiro ensinamento: Observe que em ambos os casos, a promessa é para os descendentes de Abraão. O foco não está nele, mas sim nos que viriam depois.
Te fé é também entender que nós fazemos parte de um grande plano do Criador para a humanidade. Esse plano não começa nem termina em nós. Mas, que nos convida a fazer aquilo que está ao nosso alcance.