Poucos temas são tão polêmicos quanto o do divórcio. Mas será que é pecado se divorciar? E quanto a casar-se novamente?
Sabemos que o divórcio não é uma situação ideal, pois a Bíblia Hebraica diz:
“Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.” (Gênesis 2:24)
Não é à toa que homens e mulheres nascem em média em igual proporção. O objetivo do Criador sempre foi que um homem e uma mulher se unissem, e assim começariam a célula mais fundamental da sociedade: A família.
Não é fácil viver a dois, pois são duas pessoas com criações diferentes, hábitos diferentes e cabeças diferentes. É normal que ocorram rusgas e faíscas.
Quando um casamento chega ao fim, geralmente isso significa que um ou mais problemas ocorreram: Traições, mentiras, agressões verbais ou físicas, intolerância, entre outros.
Ninguém convive bem e, de repente, um dia acorda, olha pro outro e diz: Devemos nos divorciar.
Em outras palavras, se há divórcio é porque houve pecado.
Mas é preciso entender uma coisa: O pecado está na destruição do relacionamento, e não do ato de se separar propriamente dito.
Muito pelo contrário: É melhor que duas pessoas se separem do que vivam em pé de guerra. É por isso que a Bíblia Hebraica diz:
“Melhor é viver no deserto do que com uma mulher briguenta e amargurada.” (Provérbios 21:19)
A Bíblia Hebraica reconhece que nem todo casamento pode ser resgatado. Assim sendo, permite o divórcio, dizendo:
“Quando um homem tomar uma mulher e se casar com ela, então será que, se não achar graça em seus olhos, por nela encontrar coisa indecente, far-lhe-á uma carta de repúdio, e lha dará na sua mão, e a despedirá da sua casa.” (Deuteronômio 24:1)
A única preocupação é que o processo seja transparente e legítimo. Isso porque não era raro que no passado homens abandonassem suas esposas sem se divorciar delas, fazendo com que elas ficassem impedidas de formar uma família.
Em outras palavras: Todo ser humano tem direito de reconstruir sua vida caso um casamento não tenha dado certo.
Além disso, nos versículos seguintes (Dt. 24:2-4) esclarece que se o homem se divorciasse, a mulher não deveria voltar para o primeiro marido.
Isso foi dito com o objetivo de que todos pensem muito bem antes de se divorciar, pois casamento é coisa séria. E não se pode brincar com a vida do cônjuge.
Todos nós somos pecadores. E infelizmente às vezes uma ruptura é inevitável. Isso não deve, contudo, ser responsável por impedir que as pessoas recomecem suas vidas.
Infelizmente, muitas religiões impõem o jugo de afirmar que um divorciado não pode se casar novamente, deixando as pessoas ainda mais infelizes do que já estão.
Já perdi as contas de quantas mulheres, mesmo sendo espancadas por seus maridos, são ordenadas por sacerdotes desta ou daquela religião a jamais se casar novamente ou, pior ainda, a permanecer no casamento mesmo apanhando!
Isso jamais gerou e jamais gerará boas consequências. É preciso ter bom senso, e entender que não fomos criados para a infelicidade.
E devemos ainda nos lembrar de que perdoar é uma coisa, e voltar a confiar é outra. Você pode perdoar uma pessoa mas não querer mais ter contato com ela. Isso é um direito seu, e é absolutamente normal.
Sim, é preciso ser responsável.
Sim, é preciso lutar pelo relacionamento.
Sim, é importante pensar nos filhos e na família.
E sim, deve-se evitar brincar com a vida do outro.
Mas… em casos nos quais a convivência não é possível, o melhor é se divorciar, pois o pecado está no processo que culminou no término do relacionamento, e não no ato de divorciar-se.
Além disso, é importante não ter qualquer medo ou receio de reconstruir seu lar. Muito pelo contrário, não fomos criados para ficar sozinhos.
Por fim, uma última recomendação: Antes de se envolver com um novo relacionamento, é importante analisar o fracasso do anterior, para tirar dele as devidas lições e evitar cair nos mesmos erros do passado.