A Verdadeira História dos Zumbis (I)

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A maioria de nós conhece os zumbis a partir dos filmes de terror. Mas, na verdade, essa é uma palavra que veio para as Américas juntamente com os africanos trazidos da África.

A palavra zumbi vem da língua Kimbundu, falada na costa oeste da África, especialmente no noroeste.

Na cultura africana, o termo zumbi significava algo parecido com o que vemos nos filmes: Mortos que voltavam à vida mas não conseguiam chegar ao paraíso, então perdiam o direito ao livre arbítrio e vagavam por toda a eternidade fazendo a mesma coisa.

Os escravos nas Américas, especialmente no Haiti, morriam de medo de que, ao morrerem, se tornassem zumbis. Um artigo do NY Times sobre esse termo afirma: “Tornar-se um zumbi era o pior pesadelo de um escravo: estar morto e continuar um escravo, um obreiro num campo eterno.” (Caso queira, clique aqui para ler artigo em inglês)

Muitos escravos tinham medo até de enfrentar seus senhores e serem mortos. Porque, na cultura deles, o paraíso estava na África. Morrer longe dela poderia significar estarem condenados a uma vida de servidão. Ou seja, ironicamente, o medo da eternidade terrível os mantinha escravizados.

É claro que esse tipo de zumbi é apenas mitologia e não existe na vida real. Mas, existe um outro tipo muito real de zumbi.

O mesmo artigo diz algo interessante: Os zumbis também assustam porque falam de uma realidade, de como nos tornamos escravos do sistema sem perceber. Aceitamos condições sub-humanas, obedecemos sem questionar e abrimos mão da vida em troca de trivialidades.

Mas isso não acontece apenas quanto ao trabalho ou ao sistema. Também acontece, e muito, nas religiões. E o versículo abaixo sintetiza muito bem isso:

“O simples dá crédito a tudo o que se lhe diz, Mas o prudente considera os seus passos.” (Provérbios 14:15)

A Bíblia Hebraica é clara: Jamais devemos abrir mão da nossa capacidade crítica. Jamais devemos aceitar, sem questionar, qualquer tipo de imposição.

É quando fazemos isso que nos tornamos zumbis.

E o zumbi religioso é fácil de ser identificado: Ele se aliena do convívio social ou familiar, acredita piamente em todas as palavras ditas por seus líderes, vive e respira a religião o tempo todo, agride os “inimigos” e defende os seus senhores sem pensar. E, tudo isso, em troca de quê?

Na maioria das vezes, a pretensa recompensa é um dia ser livre. Seja por habitar no paraíso, ou obter algum tipo de reconhecimento pessoal, rótulo, aceitação social, ou simplesmente uma identidade: ser reconhecido como parte de uma multidão.

A propósito, a Bíblia Hebraica nos diz que não somos isentos simplesmente porque seguimos o que dizem os outros: “Não seguirás a multidão para fazeres o mal;” (Êxodo 23:2a)

Ironicamente, o mesmo medo que os escravos tinham de se libertar em vida também pode ser visto nos zumbis religiosos. Acreditam que podem “ganhar do sistema” pela obediência cega, sem perceber que é ela que assegura que serão sempre escravos.

O medo não liberta ninguém. Só escraviza ainda mais.

Por essa razão, a Bíblia Hebraica é enfática: “É melhor confiar no ETERNO do que confiar no homem.” (Salmo 118:8)

No próximo artigo, veremos como podemos fazer para ter certeza de que não caímos presa nas armadilhas daqueles que buscam escravizar mentes e corações.