“Quando profeta ou sonhador de sonhos se levantar no meio de ti, e te der um sinal ou prodígio, E suceder o tal sinal ou prodígio, de que te houver falado, dizendo: Vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los; Não ouvirás as palavras daquele profeta ou sonhador de sonhos; porquanto o Eterno vosso Senhor vos prova, para saber se amais o Eterno vosso Senhor com todo o vosso coração, e com toda a vossa alma.” (Deuteronômio 13:1-3)
Se uma pessoa tem um vizinho macumbeiro que o tempo todo a convida ouvir o que a pomba-gira tem a dizer sobre o futuro dela, ela irá automaticamente imaginar que existe uma força maligna, que alguns chamam de diabo, que quer desviá-la.
Ou então pode pensar: É o meu vizinho que quer me provocar, e me tirar dos caminhos do Monoteísmo!
Mas não é isso que a Bíblia diz. Repare bem quem é que a Bíblia diz que coloca isso adiante de nós.
É chocante pensar nisso, mas quando somos tentados ao mal, especialmente àquilo que diz respeito à fidelidade ao Senhor, é Ele mesmo quem nos coloca à prova, para testar nosso amor e nosso compromisso!
Embora a passagem acima seja claríssima, e provavelmente você já a tenha lido várias vezes, talvez você precise, neste ponto, de alguns segundos para absorver o choque dessa realidade.
Passado o choque, fica a pergunta: Por que o Senhor faz isso? E se Ele conhece todas as coisas, por que Ele teria a necessidade de testar nossa fidelidade?
A resposta é mais simples do que parece: A prova é por nossa causa, não por causa dele.
Muitas vezes, nós precisamos que Ele coloque pra fora aquilo que está dentro de nós, e que nós não queremos enxergar. Em vários casos, até projetamos no outro: Eu sou bom, idólatra é o vizinho.
Quando a provação vem, a gente toma contato com aquilo que está no nosso coração. Não é nada agradável.
Pense bem: Você acabou de sair de um relacionamento amoroso e está totalmente desesperado, afundado em depressão, sentindo que sua vida acabou. Seu vizinho pergunta se você não quer que a pomba-gira traga seu amor de volta.
Você pode até não ceder, mas talvez se sinta balançado. E isso serve de alerta para duas coisas importantes:
1) Nós não somos melhores que ninguém. Não devemos pensar que o vizinho é ruim e nós somos bons. Todos nós temos que resistir à inclinação ao mal. Devemos então repensar sobre julgar o outro.
2) Há coisas que precisam ser trabalhadas, e que só conseguimos perceber quando elas são colocadas “para fora”.
Não pense, portanto, que o Senhor está tentando te destruir, ou tem prazer na sua queda. Ele está tentando apenas te ensinar, te ajudar a progredir. Não adianta ficar deprimido, chorar ou desistir!
Aceite que isso é parte da jornada do progresso espiritual, e no tempo certo você vai precisar da força que o Senhor quer te ensinar a ter, da humildade que a provação traz, e da misericórdia quanto ao tropeço do outro.