“Também farão uma arca de madeira de acácia; o seu comprimento será de dois côvados e meio, e a sua largura de um côvado e meio, e de um côvado e meio a sua altura.” (Êxodo 25:10)
A Arca da Aliança, que armazenava as tábuas dos Dez Ditos e era, portanto, o item mais sagrado dentre os que foram construídos como parte do Tabernáculo, era feito de ouro por fora e de madeira de acácia por dentro.
A Arca não podia ser feita integralmente de ouro porque o ouro é um material muito maleável, e não daria a sustentação necessária para que um objeto desse porte pudesse ser construído, quem dirá ter a capacidade de carregar tábuas de pedra.
E assim é com a prática religiosa, no sentido litúrgico. Como o ouro externo à arca, as práticas religiosas dão brilho e beleza à fé. Elas ajudam a sentir a proximidade, a majestade e a santidade do Criador. Não devem ser desprezadas, porque seu efeito psicológico é forte.
Da mesma forma que os israelitas precisavam dessas coisas de forma tangível, nós também precisamos, porque somos seres habituados a ver, a falar, a ouvir, a sentir, enfim, a todas essas coisas. Negar que precisamos disso seria arrogância, pois isso tem a ver com nossas limitações.
Mas, o ouro não era a essência da arca, nem o que dava sua sustentação. Isso era feito pela madeira de acácia. E a madeira de acácia não era uma madeira nobre, de reis, mas tinha uma característica muito interessante.
“Por causa do crescimento lento da árvore, a madeira é dura e densa… Essa madeira é resistente à degradação porque a árvore deposita no seu cerne muitas substâncias residuais que são conservantes e tornam a madeira intragável para insetos, tornando a madeira densa e difícil de ser penetrada pela água e outros agentes de decomposição.” (Acacia – Bible Plants – Old Dominium University)
Nosso interior é como a madeira de acácia. Não devemos nos preocupar com crescer espiritualmente de forma rápida ou da noite pro dia. Tudo aquilo que é bom demora tempo para crescer e amadurecer.
Tudo isso para desenvolver a seguinte característica: Um interior incorruptível. Essa é a essência da fé. Não é a religiosidade, mas sim o caráter que dá sustentação a um relacionamento, uma aliança por assim dizer, sólido(a) para com o Criador.
Essa deve ser a nossa meta e o nosso objetivo. Da mesma forma que de nada adiantava cobrir de ouro uma madeira podre e insustentável, assim também não adianta cobrir com religiosidade e aparência de santidade um interior que não seja sólido e incorruptível.
Mesmo sem ouro, a madeira de acácia é resistente, ao ponto de ter sido muito usada nos tempos antigos para fazer até barcos. Analogamente, se nossa essência for pura, nossos atos também sempre serão firmes no Criador.