“E todo o povo viu os trovões e os relâmpagos, e o sonido da buzina, e o monte fumegando; e o povo, vendo isso retirou-se e pôs-se de longe.” (Êxodo 20:18)
A imagem deve ter sido impressionante de ver. Sejamos sinceros: Quantos de nós não daríamos tudo para ter visto o Decálogo ser entregue a Moisés no monte Sinai, com todos os sinais e prodígios.
Porém, mais adiante na Bíblia quando o Senhor fala a outro grande profeta, Elias, algo bem interessante acontece:
“E o Senhor lhe disse: Sai para fora, e põe-te neste monte perante o Eterno. E eis que passava o Eterno, como também um grande e forte vento que fendia os montes e quebrava as rochas diante do Eterno; porém o Eterno não estava no vento; e depois do vento um terremoto; também o Eterno não estava no terremoto; E depois do terremoto um fogo; porém também o Eterno não estava no fogo; e depois do fogo uma voz mansa e suave”. (1 Reis 19:12)
Se fôssemos fazer uma pesquisa, e as pessoas pudessem escolher uma das duas cenas pra presenciar, qual delas escolheriam?
Embora é certo que quase todas escolheriam ver os sinais e prodígios no monte Sinai, as razões são puramente ego.
Por que o Senhor usou raios e trovões com Moisés e não com Elias? É simples: Porque Ele desejava que um povo formado por ex-escravos, ignorante e ainda preso à idolatria desse ouvidos à voz de Moisés. Ele precisava estabelecer a autoridade de Moisés, de uma forma que o povo tivesse receio de se aproximar.
Porque era importante que Moisés pudesse conduzir uma família de ex-escravos a se tornarem uma nação da noite pro dia!
Já no caso de Elias, o Eterno só precisava falar com Elias. Não havia, portanto, nenhum propósito em fazer show de pirotecnia ou rasgar o céu ao meio.
Reflita: Quantas vezes você ignorou a voz mansa e suave, aquela que vem através da sua consciência, ou do uso de uma pessoa sábia, ou mesmo da leitura bíblica? A maioria das pessoas ignora porque acha que só serve se for como no caso de Moisés!
Quando o Senhor fala conosco, o objetivo é nos enviar uma mensagem, é se comunicar. E não atender à nossa vaidade de querer achar que somos santos ou privilegiados porque estamos vendo demonstrações de glória e poder.
A nossa vaidade é um obstáculo que temos que vencer para que a nossa vida espiritual progrida. Não faz sentido que Ele, então, alimentaria a vaidade. Você já reparou como nos lugares onde há falsos profetas que dizem fazer coisas fantásticas, o que mais existe é vaidade?
Por isso Ele escolheu muito bem a quem se manifestar daquela forma, pois a Bíblia diz que Moisés era um dos homens mais humildes de seu tempo (Nm. 12:3)
O importante não é ver coisas fantásticas. É aprender a discernir a voz do Senhor todos os dias, para melhor servi-Lo.