Será que os outros estão errados?

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“Enquanto o filho de Jessé viver, nem você nem seu reino serão estabelecidos. Agora mande chamá-lo e traga-o a mim, pois ele deve morrer!” (1 Samuel 20:31)

O rei Saul morria de medo de ter seu trono usurpado pelo jovem Davi, que à época comandava seus exércitos.

Mas, o Saul não percebeu é que foi ele próprio quem trouxe sobre si a rejeição do Senhor.

Não foi Davi quem roubou seu trono. Ele próprio destruiu a si mesmo, por desprezar a palavra do Senhor, como disse o profeta Samuel: “Você rejeitou a palavra do Senhor, e o Senhor o rejeitou como rei de Israel!” (1 Samuel 15:26)

Muitos anos atrás, tive um casal de vizinhos que estava casado por quase trinta anos. Tinham uma convivência maravilhosa, e uma filha que lhes enchia de orgulho. Mas, havia um detalhe: Era o segundo casamento daquele senhor.

Divorciado, tentou se casar na igreja que sua esposa frequentava. Foram humilhados e ouviram que o Eterno não aprovava aquela união.

Na época, tinham um amigo que era pai-de-santo, e que se compadeceu e disse: Não tem problema, eu caso vocês! Depois disso, o casal começou a se aproximar e acabou por se tornar umbandista.

Muitos líderes religiosos falam que as pessoas são vítimas do engano, da sedução disso ou daquilo e culpam terceiros por ter seus locais de culto esvaziados e as pessoas se distanciado. É mais fácil por a culpa no outro do que fazer mea culpa. Mas, não são só eles.

Quando trabalhei com informática, havia uma gerente que sempre criticava todos os funcionários. Chegou a tal ponto que ninguém mais a suportava. Ora, será que eram todos ruins e ela era a certa?

Mas, querido leitor, não pense que você está livre disso. Ironicamente, o problema é justamente esse! Temos a tendência natural de procurar culpados externos para as nossas adversidades. E, ao fazer isso, esquecemos de olhar para nós mesmos.

É claro que nem tudo que nos acontece é resultado de nossas transgressões ou escolhas. O livro de Jó é um ótimo exemplo de que isso não é verdade absoluta. Porém, quando as coisas dão errado, a primeira coisa que devemos fazer e indagar a nós mesmos: Será que eu causei isso de alguma forma?

Fazer auto-crítica é algo muito difícil. Mas, é necessário. Será que estou mesmo sendo perseguido por todos à minha volta? Será que estou causando isso de alguma maneira?

Na maioria das vezes, nós temos a nossa parcela de culpa. Enxergar isso nem sempre conserta uma situação, mas pelo menos pode ajudar a impedir que aconteça novamente.

Se Saul tivesse feito auto-crítica em suas primeiras transgressões, será que teria perdido seu reinado?

Como, então, agir? Você pode seguir o roteiro abaixo:

1) Abra-se para a ideia. O passo mais difícil é admitir que algo em nós pode causar nossas dores.

2) Medite nas Escrituras e ore. Se estivermos dispostos a ouvir, o Senhor estará disposto a falar.

3) Peça a opinião de pessoas neutras. Cuidado para não contar a situação apenas para aquelas pessoas que tendem a concordar com você. Peça a elas uma opinião sobre o que você pode fazer para melhor.

4) Jogue aberto. Dialogue com a pessoa envolvida na situação. Deixe-a à vontade para falar. Mesmo se for tarde demais para fazer alguma coisa, pode-se evitar cair no erro novamente.