Ter vontade de mudar é bom ou ruim?

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Recentemente li um artigo de uma liderança religiosa que dizia que o espírito da modernidade é danoso, e felicitando a existência de pessoas mais velhas (como ele) que não se deixavam levar pelas mudanças.

Por outro lado, temos pessoas que defendem que mudar não é apenas é normal, como também é necessário. A maior expressão disso é a conhecida música Metamorfose Ambulante, do Raul Seixas, que condena a opinião que jamais muda.

Afinal: Mudar é bom, ou é ruim? Surpreendentemente, a resposta a essa pergunta está na Bíblia!

No começo da Bíblia lemos:

“E o Espírito do Senhor se movia sobre a face das águas.” (Gênesis 1:2b)

A palavra original que aparece nesse versículo é o hebraico “rua’h”. Se fôssemos traduzi-la ao pé da letra, seria algo como “aquilo que se movimenta”, e é usada para se referir ao sopro ou vento.

No texto de Gênesis, as plantas não são mencionadas como seres vivos, porque as plantas geralmente não se mexem sozinhas.

Mesmo nos dias de hoje, “vida” é uma palavra subjetiva, que pode significar várias coisas. Para os semitas, vida era movimento.

Por essa razão, a Bíblia diz:

“E formou o Senhor ETERNO o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente.” (Gênesis 2:7)

A palavra alma, no hebraico nefesh, significa vitalidade, e está diretamente associada ao movimento. Por isso é associada ao fôlego, ao sangue, ao trabalho, etc.

E se vida é movimento, vida é mudança. Afinal, o que é a mudança senão o ato de se movimentar?

Portanto, mudar é mais do que preciso: É inevitável.

Sabe aquele comichão que você sente quando tudo está do mesmo jeito? Isso tem uma explicação.

Como parte de você é divina, e em você habita o Sopro do Altíssimo, você tem uma inquietude natural. E isso é importante porque o universo está em constante movimento.

Esta vida é apenas um degrau na escada da existência. E não foi por acaso que fomos criados com uma natureza divina. Mas, para realizar esse potencial divino, é preciso uma certa sintonia com o universo.

E se o universo muda, você também muda.

Agora, como tudo na vida, é claro que mudança também tem limite. Da mesma maneira que você tem fome mas não vai comer cinco caixas de chocolate, não é o fato de você sentir desejo de mudança que significa que deve sempre jogar tudo pro alto.

A mudança deve ser pensada, planejada, e feita com muita oração. Mas se mudança é movimento, e movimento é vida, então estagnação é o oposto de vida. Ou seja, estagnação é morte.

Por isso, não tenha medo de mudar aquilo que na sua vida já não serve mais. Busque novos horizontes, novos ares, novos ambientes, para ter novos aprendizados e amadurecer tanto fisicamente quanto espiritualmente.