Esses dias recebi a seguinte pergunta de uma leitora: “Conheci um rapaz e nos tornamos grandes amigos. Sempre que estamos juntos nos divertimos e ele é uma pessoa extremamente atenciosa. Esses dias ele me pediu em namoro. Tenho vontade de namorar, mas estou com muito medo de que se eu aceitar possa destruir a boa relação que temos. Isso tem me deixado bastante ansiosa. O que eu faço?”
A dúvida dessa leitora aponta para um problema bastante comum nos dias de hoje: A ansiedade gerada a partir do medo do futuro. Ou, melhor dizendo, o medo de que algum desastre esperando por acontecer.
Isso não afeta apenas pessoas que pensam em relacionamentos. Vemos isso o tempo todo, em vários assuntos. Temos, por exemplo, pessoas que têm muito medo de buscar algo melhor profissionalmente, por causa do receio em falhar.
E, como esses, tantos outros: Medo de se mudar de casa; medo de deixar a cidade; medo de mudar um círculo de amizades; medo de deixar para trás pessoas que só trazem sofrimento; medo de deixar os filhos crescerem; medo de dar uma guinada na vida; medo de sair de uma religião; medo de buscar a felicidade… medo, medo, medo!
E assim as pessoas vão criando bloqueios e sabotando a própria vida. O que me lembra uma história que aconteceu com os filhos de Israel.
Quando estavam diante da terra prometida, os israelitas que haviam saído do Egito tiveram medo de enfrentar os moradores da terra. E os espias que foram enviados para observar a terra disseram:
“A terra, pela qual passamos a espiá-la, é terra que consome os seus moradores; e todo o povo que vimos nela são homens de grande estatura. Também vimos ali gigantes, filhos de Anaque, descendentes dos gigantes; e éramos aos nossos olhos como gafanhotos, e assim também éramos aos seus olhos.” (Números 13:32-33)
Muito se fala – e com toda razão – sobre a falta de fé do povo no Eterno nesse momento. Mas, houve também uma outra questão: O povo estava tão focado no medo do futuro, que esqueceu de observar o presente.
Eles haviam derrotado a nação mais temida do Oriente Médio, de quem todos aqueles povos cananeus eram vassalos. Haviam sido sustentados milagrosamente no deserto e presenciado milagres. Eles estavam vivenciando algo extraordinário.
Mas, ao invés de olhar para isso, focaram no futuro. Pensaram que, futuramente, poderiam ter problemas se marchassem na direção da terra da promessa. E foi justamente aí que se auto-sabotaram!
No caso da leitora em particular: Ela está tão focada no que pode dar errado no futuro, que está se esquecendo de olhar para o presente e ver que ela já tem, diante dela, uma grande bênção, que é um relacionamento que a faz feliz. E que pode fazê-la ainda mais feliz.
E o futuro? Pertence apenas ao Eterno. Logo, é inútil se preocupar tanto com isso!
Não temos bola de cristal. (Aliás, a Bíblia Hebraica proíbe tal coisa justamente porque destrói a vida das pessoas.) Se não podemos prever o futuro, de nada adianta ficar imaginando o pior.
Se amamos o Eterno e confiamos nEle, então temos que ter a certeza do que dizem as Escrituras:
“Muitos são os planos no coração do homem, mas o que prevalece é o propósito do ETERNO.” (Provérbios 19:21)
Se o futuro não está em nossas mãos, então o medo dele se torna algo destrutivo. Porque pode destruir a única coisa que temos, que é o presente. Exatamente como aconteceu com os filhos de Israel recém-saídos do Egito.
É por isso que o pregador, em Eclesiastes, diz para buscar a felicidade aqui e agora: “Portanto, vá, coma com prazer a sua comida, e beba o seu vinho de coração alegre.” (Eclesiastes 9:7a)
Até porque, como ele diz mais adiante: “ninguém sabe quando virá a sua hora” (Eclesiastes 9:12b)
Se o futuro está nas mãos do Eterno, entregue-o hoje a Ele. E procure viver no presente, se perguntando: O que posso fazer por mim mesmo hoje, para que viva melhor?
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