“E disse o ETERNO: Tenho visto atentamente a aflição do meu povo, que está no Egito, e tenho ouvido o seu clamor por causa dos seus exatores, porque conheci as suas dores.” (Ex. 3:7)
Estamos às vésperas do Pessa’h, a chamada Páscoa Judaica, que comemora a libertação do povo de Israel da escravidão do Egito. Ela começou justamente assim: Com o Eterno chamando Moisés desde o Seu monte, para que pudesse conduzir o povo à liberdade, porque o Eterno ouviu a sua angústia.
Essa é a primeira razão apresentada para libertar o povo: O fim do sofrimento. Em outras palavras, o Eterno não quer que ninguém sofra.
Quando Moisés, juntamente com seu irmão Aarão, foram a faraó falar a respeito disso, disseram:
“Assim diz o ETERNO Senhor de Israel: Deixa ir o meu povo, para que me celebre uma festa no deserto.” (Ex. 5:1b)
Aqui vemos uma segunda razão pela qual o Eterno fala sobre a liberdade do povo: Para que o povo pudesse se alegrar nEle, numa festividade. Em outras palavras, para que possa haver alegria, é preciso que haja liberdade.
Ainda mais adiante, o Eterno fala novamente a faraó, por intermédio de Moisés e Aarão: “Deixa ir o meu povo, para que me sirva no deserto.” (Ex. 7:16b)
Aqui vemos uma terceira razão para que o povo seja livre: Para que possa servir o Eterno. Em outras palavras, não é possível servir o Eterno plenamente senão em liberdade.
O ápice do objetivo do Eterno é atingindo quando o povo chega aos pés do Sinai, onde o Eterno fala por intermédio de Moisés, dizendo:
“Vós tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre asas de águias, e vos trouxe a mim; Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos, porque toda a terra é minha.” (Ex. 19:4,5)
Aqui vemos o principal objetivo para a libertação do povo: O Eterno faz com o povo uma aliança, entrega a ele a sua Instrução (Torá) e o torna Sua propriedade peculiar.
Note bem, nada disso é feito sem um elemento fundamental: A liberdade.
Você jamais conseguirá servir o Criador plenamente, em aliança com Ele, caso se deixe escravizar. E, consequentemente, jamais se alegrará nEle dessa maneira, caso se deixe tiranizar por homens.
Porque homens tentarão sempre criar prisões para o seu corpo e para a sua alma. Tentarão controlar como você. E, ao fazerem isso, sufocarão a sua espiritualidade.
E com isso, serei franco: Você jamais encontrará a alegria do Criador, ou um relacionamento de plenitude com Ele, se estiver vinculado a instituições humanas. Porque nelas, há todo um sistema que inevitavelmente cerceia a liberdade, afoga o homem em dogmatismos, disputas de poder (tão político quanto econômico), entre outras coisas.
Não que você não possa, caro leitor, visitar ou até frequentar alguma espécie de grupo religioso. Mas, a questão aqui é: Qual a sua relação com tal coisa? É de submissão? E será que você sacrifica sua liberdade em prol de sentir-se bem numa comunidade? Caso isso ocorra, é melhor sair, porque nada vale a liberdade da sua alma.
Sobre o altar da religiosidade, homens sacrificam sua alegria, auto-estima, sua liberdade de expressão e pensamento, suas famílias e até suas próprias almas.
Enquanto isso, lembre-se: O Eterno quer te libertar de tudo isso. Mas, é preciso ter a mesma coragem que os filhos de Israel tiveram, ao deixar para trás tudo aquilo que lhes prendia. Faça essa auto-avaliação e tome as medidas necessárias.