Devo julgar a fé dos outros?

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“O que, passando, se põe em questão alheia, é como aquele que pega um cão pelas orelhas.” (Provérbios 26:17)

Para entender esse versículo, basta pensar: O que aconteceria se você tentasse puxar um doberman por suas orelhas? Se você saísse vivo para contar a história, certamente não diria que foi uma experiência positiva.

Assim é usar a Bíblia para julgar o outro, e meter-se onde não é chamado.

O Criador, bendito seja, não te apresentou o Texto Sagrado para que com ele você ficasse avaliando aa vida alheia. Quem faz isso, além de não ter nenhum resultado positivo, pode até se ferir no processo.

Uma amiga recentemente relatou a seguinte situação: Um colega dela disse que era católico, mas criticou a própria paróquia dizendo que ela estava cheia de pessoas hipócritas.

Ao que minha amiga retrucou, dizendo: Tá… e se as pessoas da sua paróquia forem mesmo hipócritas, o que você tem a ver com isso?

O homem então caiu em si, e começou a rir, dizendo: Realmente, isso não me diz respeito.

Embora não sejamos católicos, o ser humano é o mesmo em qualquer lugar. E esse costuma ser um problema: A fé é uma experiência singular, com foco em nós mesmos, e não uma arma para ser usada contra o outro.

Na maioria das vezes, as pessoas que ficam a todo tempo julgando a fé do outro estão, na realidade, fugindo do problema principal, que é lidar consigo mesmo.

Até hoje, nunca vi uma pessoa cujo comportamento é fundamentalista e acusatório que não escondesse, por trás da fachada de Supremo Defensor da Santidade, culpa e insegurança.

Muitas vezes, são pessoas que têm pavor de não serem consideradas dignas pelo Criador. Essas pessoas acabam sozinhas, desgastadas e a única coisa que conseguem de concreto é afastar muito mais gente do que conseguem atrair.

É claro que se vemos alguém num caminho negativo devemos ajudar a trazer de volta à retidão. Mas, não é disso que aqui estamos falando, mas sim daqueles que estão sempre julgando o próximo.

Fé não é concurso de popularidade. O Criador ama a todos nós. Todos somos especiais e preciosos perante Ele. Todos temos um propósito de vida, e uma grande importância no Seu plano.

Mas só seremos capazes de realizar nosso potencial se, e somente se, nosso foco seja o auto-aprimoramento. Eu e você já temos coisas demais para melhorar, amadurecer, e trabalhar. Não existe tempo para ficar se preocupando com o comportamento alheio.

Lembre-se: Cada minuto que você passa avaliando a vida do outro é um tempo precioso que você deixou de empregar no seu próprio aprimoramento. E o tempo é o bem mais precioso que temos, pois é o único que não pode ser recuperado.