“É melhor confiar no Eterno do que confiar no homem.” (Sl. 118:8)
Será que você está adorando demônios? Antes de responder a essa pergunta, vamos entender a etimologia do termo.
A palavra demônio, no português, vem do grego daimon (δαίμων), que por sua vez vem do termo daiomai, que significa dividir.
Na mitologia grega, os daimones eram pessoas que, por conta de seu mérito, atingiam um status de semi-divindades. Era comum que grandes guerreiros se tornassem daimones ao morrerem. Essa é, inclusive, a mais provável origem da veneração aos santos, hoje presente no Catolicismo e no Hassidismo judaico, entre outros.
Ainda na mesma mitologia, os daimones eram intermediários entre os homens e os deuses, por terem essa dupla-natureza, ao mesmo tempo humana e divina.
Sendo assim, era comum que os pagãos fizessem invocação aos daimones para obter o favor dos deuses.
Até cerca de meados do século 19 ainda se encontrava esse tipo de referência nas línguas latinas. Porém, gradualmente prevaleceu o uso do termo como referência a espíritos malignos.
Se tomarmos o termo em sua etimologia original, então é correto afirmar que muita gente tem “demônios” em suas vidas, intermediários entre elas e o Criador.
A Bíblia Hebraica é bastante veemente quanto ao desejo do Eterno de se relacionar com o povo de maneira direta. É o que está por trás da afirmação para Israel: “E vós me sereis um reino sacerdotal e o povo santo. Estas são as palavras que falarás aos filhos de Israel.” (Ex. 19:6)
Claro, não há problema algum em pedir oração para uma pessoa. O Eterno até recomenda isso em passagens como Gn. 20:7.
O problema, porém, é quando essas pessoas passam de simplesmente servos do Senhor e passam a ser veneradas como semi-divindades, detentoras de algum poder especial.
Ou seja, tome cuidado: Não pense que a oração de uma dada pessoa, ou mesmo a santidade de sua conduta, tenha mais eficácia, o que a coloca justamente num status de um daemon, isto é, uma semi-divindade.
E o Senhor deixa muito claro: “Assim diz o Eterno, o rei de Israel, o seu redentor, o Eterno dos Exércitos: Eu sou o primeiro e eu sou o último; além de mim não há divindade.” (Is. 44:6)
Além disso, o contato com os mortos é igualmente proibido: “Não permitam que se ache alguém entre vocês… que invoque espíritos ou que consulte os mortos.” (Deuteronômio 18:10a,11b)
É claro que podemos nos dirigir a um servo do Senhor que esteja vivo e pedir que ore por nós, ou que nos ensine algo referente ao Criador ou às próprias Escrituras. Porém, nosso relacionamento com o Criador não pode se basear nisso.
Até porque, a Bíblia diz: “Maldito é o homem que confia nos homens, que faz da humanidade mortal a sua força, mas cujo coração se afasta do Senhor.” (Jr. 17:5b)
Portanto, faça uma sondagem na sua vida espiritual: Será que você tem confiado em mediadores (vivos ou mortos) ao invés de confiar no Senhor? Caso afirmativo, procure a partir de agora focar sua fé nAquele que jamais te decepcionará.
Em suma: O cerne da nossa fé deve ser o relacionamento com o Criador e tão somente com Ele.