“Bem-aventurada é a nação cujo Senhor é o ETERNO, e o povo ao qual escolheu para sua herança.” (Salmos 33:12)
Nos últimos dias assistimos, estarrecidos, aos reflexos da greve da Polícia Militar no ES. Nos vídeos, a população aparecia depredando a cidade e se aproveitando da ausência de policiamento para roubar o que conseguissem.
Num dos vídeos, o morador relata que via pessoas de classe baixa, classe média e classe alta saqueando lojas e levando embora desde doces e outros alimentos até eletrodomésticos e outros objetos bem mais caros.
Em conversa com minha esposa, ela me lembrou que quando moramos nos EUA assistimos à população fazendo rondas voluntárias e tomando conta de diversas regiões onde o policiamento era escasso.
Quando vemos pessoas de classe média ou mesmo de classe alta saqueando lojas, isso nos deixa perplexos porque não se trata de falta de instrução ou falta de recursos.
Por mais que seja errado, é compreensível, por exemplo, ver a população roubando alimentos na Venezuela, por causa do desespero de poder se alimentar. Mas, o que vimos no ES foram pessoas saqueando simplesmente para levar vantagem.
Essas mesmas pessoas frequentemente postam conteúdo no seu Facebook indicando indignação com a corrupção no governo, participam de passeatas e manifestações públicas em prol da moralidade. Mas, aí percebe-se que a maioria das pessoas que apenas que o outro seja honesto, mesmo que elas próprias não sejam.
Recordo-me, assim, do salmo acima indicado, que fala da importância de um povo ou nação ter o Altíssimo como o seu Senhor.
Infelizmente, a maioria das Bíblias traduz o termo hebraico Elohim como Deus, e o Tetragrama YHWH como Senhor. Ora, Elohim é melhor entendido como Poder ou Autoridade Máximo(a). Ao passo que o Tetragrama é melhor entendido como o Eterno Auto-Existente.
Em outras palavras: A tradução ruim muda totalmente o sentido da frase: Não é a nação que tem o Eterno como Deus que é feliz, mas sim a nação que o tem como Senhor!
O Brasil é um país extremamente religioso. Mas, prevalece no Brasil a ideia do Eterno como uma fonte de bênçãos que existe para nos dar prosperidade, e não alguém que exige de nós um comportamento diferenciado.
O brasileiro é muito dado a uma religião de aparências e de pedidos, mas é raro o número de pessoas que realmente vivem como se estivessem servindo o Eterno.
E como podemos servi-Lo? Entender o conceito é fácil, mas viver requer esforço.
Como agem as pessoas na empresa onde você trabalha quando o chefe está perto e supervisionando os trabalhos? Qual a diferença disso para o momento em que o chefe não está olhando, ou não está presente na empresa?
O bom funcionário é aquele que faz o seu trabalho independente do chefe estar ou não no local. Da mesma forma, o bom servo é aquele que entende que deve viver e se conduzir a todo tempo como o seu Senhor determina.
As pessoas que saquearam Vitória provaram que não têm caráter, e sim apenas medo de serem pegas. Muitas, inclusive, depois de identificada em fotos e vídeos, postaram em suas redes sociais dizendo que estavam arrependidas. Mas será que era arrependimento mesmo, ou era apenas constrangimento e medo porque foram pegas com a boca na botija?
Perceba, querido leitor, a importância do seu chamado: Você é um servo do Altíssimo, e que tem por missão viver na retidão do Criador. E, através do seu exemplo de conduta, você servirá de modelo para convocar outras pessoas ao arrependimento.
Somente através do meu, do seu, do nosso agir é que podemos elevar a humanidade e tornar o Eterno senhor dela. Só assim podemos, de fato, atingir o objetivo que o Criador dos céus e da terra tem para toda a humanidade.