O Credo Monoteísta

O Credo Monoteísta é composto por 18 (dezoito) pontos essenciais, enumerados a seguir:

1. O Eterno
Cremos exclusivamente no Eterno, que é Único, Indivisível, Perfeito, Onisciente, Onipotente, Onipresente, e Absoluto.

Ele não possui nem faz uso de intermediários, mediadores ou inimigos.

2. A Lei Natural
Cremos que o ser humano já possui inscrito na tábua de seu coração a essência da Lei Natural. Essa lei compõe aquilo que é universalmente reconhecido pelo homem como um código de conduta aceitável.

Essa lei é chamada por alguns de “Lei de Noa’h (Noé)”, por outros de “Consciência Universal”. Seja qual for o nome dado a esse conjunto, entendemos que a transgressão a essas leis é grave, e pode levar à perda da vida eterna.

3. A Aliança
Cremos que o Eterno se relaciona com o ser humano através de alianças, tanto hoje quanto nos tempos antigos.

Da mesma forma que ocorreu na Bíblia, o relacionamento com o Eterno ocorre hoje, pois o Eterno não muda. Assim como nos tempos bíblicos, qualquer pessoa pode fazer uma aliança com o Criador.

4. A Bíblia Monoteísta
Os Monoteístas têm por Bíblia os livros selecionados pelos sacerdotes israelitas, antes da destruição do Templo de Jerusalém.

A Bíblia Monoteísta não é outra senão primeira Bíblia que surgiu na humanidade, e é a única que foi escrita por autores monoteísta, contendo valores totalmente monoteístas, e para um público exclusivamente monoteísta. A saber, a Escritura que é chamada de Tanakh pelo povo judeu, e Antigo Testamento pelos cristãos.

Ela é fonte de instrução para o amadurecimento espiritual de todos os homens, e traz as lições fundamentais do Monoteísmo tal como profetizado em Zc. 8:23.

Não cremos nos demais livros das Bíblias cristãs (católica ou protestante) por entender que não estão alinhadas com os fundamentos do Monoteísmo, e por terem sido escritas e/ou escolhidas por pessoas que não foram essencialmente monoteístas.

Para isso, é importante compreender a Bíblia em seu contexto original para que a essência seja aplicada à realidade de cada pessoa, lugar e época.

5. Registro Pessoal
Cremos ainda na importância de que cada Monoteísta registre suas experiências de sua aliança com o Criador. Assim sendo, cada Monoteísta deve ter também seu registro pessoal, que será patrimônio de sua família, e daqueles com quem compartilhar.

Isso também servirá de registro para inspirar a fé das gerações vindouras, exatamente como nos tempos bíblicos.

6. Israel
Cremos que Israel foi escolhido para uma aliança coletiva, para servir de modelo de uma sociedade justa. Nesse sentido, dizemos que Israel é povo eleito. Rejeitamos, contudo, a ideia de uma superioridade racial ou espiritual da parte dos judeus, e entendemos que individualmente todos somos iguais perante o Criador.

Cremos ainda que cada Monoteísta é livre para seguir costumes e cultura israelita, pois tais coisas não compõem a essência dos ensinamentos do Eterno.

7. Os Sete Pilares
Cremos nos Sete Pilares do Monoteísmo Bíblico como sete funções essenciais para todo aquele que deseja ir além de ser tão somente criatura, mas também deseja se tornar um servo do Criador.

8. A Justiça e a Misericórdia
Cremos na justiça do Eterno, exercendo misericórdia e juízo segundo Sua infinita sabedoria. Cremos que o Universo foi criado com um princípio fundamental de que há um retorno para tudo o que fazemos.

9. A Vida após a Morte
Cremos na vida após a morte, sem dogmatismos, pois temos unicamente vislumbres da sublime realidade.

Cremos, contudo, que o foco da vida espiritual deve ser no hoje, e nos tempos atuais. O excesso de foco nas coisas vindouras, que são misteriosas porque o Eterno assim o quis, podem ser prejudiciais, se não houver preocupação com o hoje.

10. O Eterno fala
Cremos na que o Eterno fala diariamente conosco, através da meditação nas Escrituras, da nossa consciência, de sonhos proféticos, ou do conselho de pessoas sábias e justas. O homem deve exercitar sua fé de modo a aprender a ouvir a voz do Criador.

11. O Caminho do Meio
Cremos na importância de buscar viver uma vida íntegra, e pautada no caminho da moderação, buscando trabalhar fraquezas, radicalismos e excessos.

12. Imperfeição e Domínio Próprio
Cremos que o ser humano é imperfeito, e dependente da graça e do perdão do Criador, e que o pecador perdoado deve se esforçar para viver uma vida o mais reta possível, valorizando assim o perdão do Eterno, e exercendo domínio sobre sua inclinação ao mal.

13. O Foco em Si
Cremos que o foco da vida espiritual do homem deve se dar em sua própria transformação interior, evitando julgar o próximo, e esforçando-se para ser melhor em todas as áreas de sua vida.

Cremos na ação do Espírito do Eterno, o Seu Sopro, capacitando o homem a viver em obediência a Ele.

14. O Serviço
Cremos na importância de prestar serviço litúrgico ao Criador, segundo o costume da terra. Entendemos no Pentateuco o Eterno ordenou os israelitas a prestarem culto segundo o seu costume. Isso ocorreu para que pudessem manter seu foco no Criador.

O serviço ao Criador não é realizado por necessidade dEle, mas sim pela nossa necessidade de conexão. Ignorar essa necessidade é negar nossa própria humanidade. Semelhantemente, a liturgia deve ser dinâmica, convidativa e jamais pesada ou enfadonha.

15. A Lei do Senhor
Cremos que Israel recebeu a Lei do Senhor – chamada de Torá – contendo os padrões morais e espirituais esperados para a comunidade israelita. Essa lei não pode ser abolida, suprimida ou negada. Pelo contrário, é fonte de ensinamento para toda a humanidade.

Entendemos ainda que essa lei possui uma roupagem que era adequada à realidade dos israelitas. Dessa forma, o Monoteísta deve olhar para a essência da Lei do Senhor, e aplicá-la a si de acordo com sua própria realidade social, cultural e momentânea.

16. Vida Diária
Cremos que a Bíblia Monoteísta (Tanakh) ensina que o Eterno deseja se envolver conosco em nosso cotidiano. Cremos que Ele se faz presente em todos os aspectos de nossas vidas, tais como em nossa alimentação, nossos anseios diários, nossas celebrações e festividades, assim como em nossas angústias.

É, portanto, dever do Monoteísta buscar envolver-se cada vez mais com o Criador e buscar sua presença em todas as áreas de sua vida.

17. A Comunidade e o Indivíduo
O Monoteísta deve, na medida do que pode, abrir suas portas para estudar, orar e se reunir com familiares, vizinhos e qualquer pessoa que deseje se achegar ao Criador.

Contudo, deve ao mesmo tempo ser independente em seu relacionamento com o Criador. A busca de fontes de instrução, de apoio ou convívio social, é importante, mas o seu relacionamento com o Criador deve ser pautado em sua aliança pessoal, sem jamais depender de terceiros, para que não deixe de ser livre.

18. Glória somente a Ele
Cremos na importância de uma vida bíblica, sem denominações ou estruturas que glorifiquem seres humanos, pois tais vaidades afastam o homem de seu foco no Criador. Toda glória deve ser dada exclusivamente a Ele.