“Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu, o ETERNO, faço todas estas coisas.” (Isaías 45:7)
A frase acima é parte de uma profecia dada a Ciro da Pérsia, que teve um papel importante na volta dos israelitas do Reino do Sul para a sua terra. Na Pérsia, havia uma crença em dois deuses: Um que criou todo de maneira perfeita, e outro, que se opunha a ele, que havia criado todas as calamidades.
O maior obstáculo para o Monoteísmo é justamente conceber a ideia de que o Senhor criou tanto o bem quanto o mal. É muito mais fácil aceitar que o Senhor criou todas as coisas, e que um inimigo dEle teria causado toda a destruição. Mas, não é isso que a Bíblia diz.
Mas, como entender então que o Senhor, sendo bondoso, possa ter criado o mal? Há muitas explicações. Mas, hoje vamos nos concentrar naquela que pode ser extraída do próprio versículo supracitado.
Observe que o Senhor não diz apenas que criou o bem e o mal, mas também que criou luz e trevas. Sabemos que as trevas são a ausência de luz.
No momento em que uma coisa é criada, inevitavelmente se cria o seu contrário. O que é a seca, senão a ausência de chuvas? O que é o frio, senão a ausência do calor? O que é a morte, senão a ausência da vida?
Podemos ir até além: Você só sabe que existe a felicidade porque um dia você se sentiu infeliz. Um bebê só entende o que é a fome porque quando saiu do útero, sentiu que faltava alguma coisa que ele tinha em abundância, isto é, o alimento.
Quando faltou água numa cidade onde morei, e precisei até tomar banho na chuva, eu percebi o quanto a água encanada faz falta. Até então, eu não tinha a menor ideia do que era viver sem ter a água disponível.
Sendo assim, é impossível conhecer o bem sem que haja também o mal. Porque a gente só conhece uma coisa plenamente quando existe a ausência dela.
Quando nos criou, o Senhor não quis fazer robôs. Ele queria seres dotados de consciência. Para se ter consciência, é preciso ter escolha. Por que sabemos que as estrelas não tem consciência? Porque elas não decidem nada. Apenas estão lá cumprindo seu papel. Diferente, por exemplo, dos animais, que mesmo não tendo o mesmo nível de consciência que nós, têm pelo menos alguma consciência.
Como podemos escolher aquilo que não conhecemos? Como podemos saber que aquilo é bom e faz falta? Desde o útero, a resposta é a mesma: Só entendemos a importância de uma coisa quando ela faz falta.
Mas não fique chateado!
O mal é necessário por um tempo, para que se cumpra o propósito do Eterno de termos consciência e estar junto a Ele e junto ao bem por OPÇÃO, não por obrigação. Mas não será sempre assim.
Na Bíblia, fala-se de novos céus e nova terra, de um mundo vindouro, isto é, de uma outra existência. O bebê não fica só no aprendizado sobre fome e alimento. Ele vai crescendo e tendo novos aprendizados cada vez mais sofisticados.
A próxima existência será assim também: Uma morte para esta vida, da mesma maneira que o bebê “morre” para a vida no útero. E, em seguida, uma nova experiência.
Algumas pessoas que morreram por algum tempo e voltaram à vida todas relataram uma existência muito mais sublime. Nela, já teremos conhecido o bem e o mal. E vamos então descobrir a nova lição que o Eterno nos revela.