Muitas pessoas ficam na dúvida com relação à maneira de agir quando alguém está enfermo, ou com parentes próximos enfermos.
Por essa razão, compartilho convosco o que costumo fazer. São conselhos baseados tanto nas Escrituras quanto nos anos de experiência prática, bem como por minha formação psicanalítica.
1) Se interesse pela situação
Não fale com uma pessoa somente por educação. Só vá conversar com (ou orar por) alguém se você está disposto. Pergunte, se informe, mostre que você está interessado no problema. Claro, não seja invasivo nem insistente. Saiba também a hora de parar de perguntar.
Lembre-se: Quando alguém estava enfermo, nos tempos bíblicos, os sacerdotes faziam um exame minucioso (ex: Lv. 14:1-4), ao passo que hoje nem os médicos dão muita atenção.
2) Ouça muito, fale pouco.
Muita gente não sabe o que dizer, ou fica constrangida, e começa a falar pelos cotovelos quando nessa situação. A maioria das pessoas que está enferma ou com um parente enfermo precisa mais de um apoio para aliviar suas angústias do que ficar ouvindo sermão.
Lembre-se: “Até o insensato passará por sábio, se ficar quieto, e, se contiver a língua, parecerá que tem discernimento.” (Pv. 17:28)
3) Nada de sermão ou lição de moral
A pior coisa que você pode fazer é dar sermão ou lição de moral em um enfermo. É tão cruel e desumano como chutar alguém que está caído. Só fale se a pessoa estiver correndo perigo. Por exemplo: alguém com problema no joelho quer tomar antiinflamatório para ir correr uma maratona. Fora isso, guarde o que tem a dizer para depois que a pessoa tiver se recuperado.
Lembre-se: Há “tempo de estar calado, e tempo de falar.” (Ec. 3:7b)
4) Nunca prometa cura
Quando alguém está enfermo, sentimos uma enorme vontade de “decretar a cura”. Confundimos o nosso desejo com uma mensagem do Criador. E isso é tão perigoso que pode destruir a fé ou a auto-estima de alguém. O que você pode prometer e se empenhar em oração. Curar ou não é uma prerrogativa do Criador e só Ele conhece as razões para isso.
Lembre-se: Quando Moisés pediu a cura de Miriam, sua irmã, quanto à “lepra”, o Senhor ouviu e curou (Nm. 12:13). Porém o rei Azarias, mesmo sendo reto, permaneceu com essa enfermidade até o fim da vida (2 Rs. 15:5).
5) Motive
Muitas pessoas pioram porque ficam desanimadas. E o cérebro pode ter um enorme impacto sobre a própria saúde da pessoa. Sendo assim, é importante animá-las, trazendo palavras boas e de esperança. Claro, sem fingir que está tudo bem nem minimizando o sofrimento.
Além disso, procure envolvê-la em alguma coisa. Peça opiniões, convide para algo (se ela puder participar). A pior coisa que existe é a pessoa se sentir inútil ou inválida.
Lembre-se: “O coração ansioso deprime o homem, mas uma palavra bondosa o anima.” (Pv. 12:25)
6) Não desista
Enquanto há vida, há esperança. Não importa se alguém está ou não desenganado pela medicina. Lute em oração até o último minuto. Isso é importante por dois motivos: O primeiro, porque nos ajuda a entender que o Senhor está no comando. O segundo, porque é importante para quem está em volta sentir que fez tudo o que podia.
Lembre-se do exemplo de Davi: Quando seu filho adoeceu, ele clamou até o último segundo. (vide 2 Sm. 12)
7) Não abandone depois
Um dos maiores erros a ser cometido é deixar de orar, de visitar ou de conversar com a pessoa depois que seu ente querido faleceu. É nessas horas que a pessoa mais precisará de você, pois lidar com a morte é duríssimo. E como a maioria das pessoas não lida bem com a morte, muita gente costuma sumir nesses momentos, ou fazer apenas o básico, pra cumprir tabela. É nessas horas que a pessoa mais precisará de um ombro amigo.
Mas lembre-se do conselho de número 2: Não tente aquietar o coração da pessoa com palavras. Luto é luto! Não há nada que você possa dizer naquele momento que faça com que a pessoa “aceite” o ocorrido. Ofereça o ombro para chorar, o abraço para confortar, a presença amparar e a mão para ajudar nas inúmeras providências a serem tomadas.
Seguindo os conselhos acima, você poderá ajudar bastante aquele que precisa de oração, de cura ou de conforto.
Mas é importante entender que você é um ser humano e, mesmo tentando acertar, pode errar na dose de alguma coisa. Não deixe que isso impeça você de tentar. O que mais vale é a intenção de amar o próximo.